De como um gaúcho venta rasgada descreve um presépio:
“Fazia a modo uma ramada no alto de uns cerritos e fingindo grotas e sangões e umas reboleiras; havia esparramados uns “alimais” entre boizinhos e ovelhas de bringuedo e mais uns figurões calamistrados, de coroa, que pareciam reis e pro caso um que era negro retinto, era o mais empacholado. E, perto desses, estava a Senhora Virgem maria e o Senhor São José e, entre eles, acamado numas palhinhas de milhã e uns musgos e umas penugens, estava o menininho Jesus, ruivito e rosado, nuzinho em pêlo, pro caso como uma criancinha que não tem pecado por mostrar as vergonhinhas de seu corpo de inocente.”
João Simões Lopes Neto
Neste novo ano
Que o minuano seja brando
Que o inverno seja amigaço
Que as idéias “samiadas”na primavera
Brotem e se esparramem que nem
Carrapichos agarrados nas lãs das
Ovelhitas que você, por vadio,
Não cuidava, quando piá.
Que a saúde não te deixe
Que o patrão lá de riba
Conserve tua carapinha tordilha.
E vê se ensina o João Bola
A “trabalhar”com o violão
Que ele aprenda a tocar
A “Velha Tapera”dos Bertussi
Pro Tio Juca se borrá todo
Que nem terneiro mamão.
Que tua “pessegueira velha”
Prossiga nesta guerra santa
E te traga para o bom caminho
(A cabresto, cinchado até)
E que o Breno continue colorado
Guente no osso do peito
Por que charque de turuno
Não amolece na primeira fervida.
É o que deseja teu sempre amigo
João 14, a trigueira velha e a
Trigueirinha Enoema.
Um quebra costela do tamanho do
Rio Grande.
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